Prof. Dr. Ricardo Komatsu
CRM-SP 56.604
As quedas podem ser categorizadas segundo:
o modo de cair (para frente, para trás, para um lado),
o uso de órtese ou prótese,
o local de ocorrência (no domicílio, na rua, escadaria, aclive, declive, obstáculo, iluminação, piso),
período diurno ou noturno,
a frequencia,
as consequencias: presença ou não de lesões, de traumatismo crânio-encefálico (TCE),
alteração ou perda da consciência (lipotímia ou síncope),
precedido de mal estar ou de sinais e sintomas como: tonturas, palpitações, rigidez, tremor,bradicinesia (lentidão nos movimentos), fraqueza, dor, febre, falta de ar, acompanhada de confusão mental aguda (delirium),associada ou não à fadiga ou esforço físico, presença de déficit visual ou auditivo, em paciente com demência,
associado a causa intrínseca (como doenças agudas ou crônicas) ou extrínseca (externa, ambiental) bem estabelecida,
hospitalização ou procedimentos recentes, e
o tempo de permanência caído (capacidade de levantar-se ou não sem ajuda).
O risco de quedas é muito maior nos extremos da vida: na infância quando começamos a aprender a caminhar e em idosos, quando pode estar associada à fragilidade, doenças, institucionalização, e morte.
Alguns fatores de risco para quedas: gênero feminino, idade igual ou maior que 75 anos, AVC prévio, queda anterior, fratura anterior, declínio cognitivo, comprometimento de atividades da vida diária (AVDs), sedentarismo, fraqueza muscular, uso de medicamentos sedativos, e uso concomitante de vários medicamentos (polifarmacoterapia).
Considerando que um percentual significativo (30-60%) dos idosos pode sofrer uma queda ao ano, com frequencia maior em mulheres e em idosos com idade mais avançada, e considerando que mais de dois terços dos que sofrem cairão novamente nos seis meses subsequentes, necessitando de uma avaliação de causas tratáveis de quedas, pode-se utilizar como evento sentinela no idoso a ocorrência de uma queda com consequencia grave ou de duas ou mais quedas de qualquer natureza em seis meses.
Este sinal de alerta deve levar não somente a uma investigação criteriosa de prováveis causas intrínsecas e/ou extrínsecas, mas também à prescrição de um plano de cuidados, envolvendo a reabilitação.
A avaliação clínica do idoso com enfoque especial em fatores estressores psico-sociais, AVDs, cognição, avaliação funcional do equilíbrio e da marcha, medicamentos em uso, pode contribuir para melhorar a detecção de fatores de risco e causais visando a prevenção de novos episódios de queda.
Bibliografia:
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Campbel, A.J., Robertson, M.C. Rethinking individual and community-fall prevention strategies: a meta-regression comparing single and multifactorial interventions. Age&Ageing 36:656-662, 2007.
Tinetti, M.E. Preventing Falls in Elderly Persons. N.E.J.M. 348:42-49, 2003.
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